Luiz Eduardo Baptista, mais conhecido como Bap, é candidato à presidência do Flamengo. Com uma longa trajetória no clube desde 2012, ele já ocupou cargos como vice-presidente de marketing, membro do conselho do futebol e presidente do Conselho de Administração. Bap se distanciou da gestão atual devido a discordâncias no futebol e apoio a outro candidato, e agora, propõe maior autonomia no setor e um estádio financiado pelos próprios recursos do clube.
O UOL entrevistou os três candidatos à presidência do Flamengo, mas Rodrigo Dunshee não atendeu ao pedido da reportagem. Confira abaixo os principais pontos discutidos por Bap, em uma conversa realizada no dia 5 de novembro.
Estádio
Bap classifica o sonho de um estádio próprio como uma meta de todos os torcedores e defende que o principal recurso para a obra deve vir do aumento das receitas e da rentabilidade do clube em 50% nos próximos seis anos. Isso garantiria um nível de endividamento controlado e manteria a competitividade esportiva.
Ele destaca que o Flamengo precisa explorar melhor seu potencial digital, aproveitando seus 37 milhões de seguidores para criar e monetizar conteúdos exclusivos na FlaTV e expandir em áreas como moda fitness. Com receitas aumentadas, o clube poderia investir cerca de R$ 2,5 bilhões no estádio, utilizando recursos próprios e financiamentos pontuais.
Bap ainda critica a ideia de buscar naming rights muito antecipados, apontando que essa estratégia comprometeria o potencial financeiro futuro da obra.
Futebol e Gestão Técnica
A autonomia do departamento de futebol é central na visão de Bap, que enfatiza a necessidade de um diretor técnico independente para tomar decisões estratégicas. Ele reconhece o aprendizado de não misturar a visão de torcedor com a gestão do clube.
Embora elogie jogadores como Filipe Luís, Bap afirma que contratações e permanências seriam decididas pelo diretor técnico, seguindo critérios alinhados ao perfil do clube. Sobre técnicos, mencionou sua admiração por Guardiola e Simeone, mas apontou que o estilo do último não se enquadraria no DNA do Flamengo.
Finanças
Bap expressa preocupação com o endividamento de curto prazo do Flamengo, que teria aumentado de R$ 40 milhões para cerca de R$ 500 milhões. Ele critica a gestão atual por gastos excessivos na última janela de transferências e alerta para os riscos financeiros que o próximo presidente enfrentará. Apesar disso, acredita que ajustes pontuais podem manter o time competitivo.
Liga e Maracanã
Sobre a liga, Bap lamenta a redução de receitas prevista no novo contrato, que considera inferior aos termos anteriores. Ele questiona a capacidade dos clubes de administrar uma liga de forma eficaz sem profissionais dedicados e ressalta a importância de discutir o propósito da iniciativa.
Quanto ao Maracanã, Bap sugere que o Flamengo continue utilizando o estádio em grandes clássicos e eventos, combinando essa estratégia com o uso de um futuro estádio próprio para ampliar o potencial de marketing e vendas.
Campanha e Apoios
Bap ressalta que sua campanha é independente de alianças políticas e baseada em princípios para o futuro do clube. Ele menciona desafios no processo eleitoral, como mudanças no quadro de sócios e o apoio explícito de Landim a outro candidato, mas se mantém confiante na força de sua candidatura.
Tragédia no Ninho do Urubu
Sobre o incêndio no Ninho do Urubu, Bap afirma ter se mantido afastado do processo, que foi conduzido pelo jurídico do clube e escritórios externos. Ele considera inadequado emitir opiniões sobre como o caso foi tratado, devido à sua distância do tema.