Nome completo: Cláudio Pêcego de Moraes Coutinho
Conhecido como: Cláudio Coutinho
Data de nascimento: 5 de janeiro de 1939
Local de nascimento: Dom Pedrito, Rio Grande do Sul, Brasil
Data de falecimento: 27 de novembro de 1981 (42 anos)
Início no Flamengo
Cláudio Coutinho estreou como treinador do Flamengo em 12 de setembro de 1976, após substituir Carlos Froner. Seu primeiro jogo no comando do rubro-negro foi uma vitória expressiva por 3 a 0 contra o Sport, no Maracanã. Coutinho assumiu o Flamengo em um momento importante, trazendo consigo uma abordagem inovadora e com grande foco na preparação física e na disciplina tática, conceitos que ele havia desenvolvido durante sua carreira como preparador físico da Seleção Brasileira.
Carreira
Antes de brilhar no Flamengo, Coutinho fez parte do time técnico da Seleção Brasileira tricampeã mundial na Copa de 1970 como preparador físico, introduzindo o famoso método de avaliação física de Kenneth Cooper, pioneiro nos métodos de treinamento físico. Além disso, teve passagens importantes por outros clubes e seleções, como o Olympique de Marseille e a Seleção Peruana, sendo também o responsável por dirigir a Seleção Brasileira nas Olimpíadas de 1976.
No Flamengo, Coutinho aplicou suas ideias modernizadoras e montou a base do time que seria uma potência no futebol brasileiro e mundial nos anos seguintes. Em 1978, 1979 e 1979 (especial), levou o Flamengo ao tricampeonato carioca, além de conquistar o título de Campeão Brasileiro de 1980. Embora tenha saído antes do Mundial de 1981, sua influência na construção daquela equipe foi inegável.

Títulos
Campeonato Brasileiro: 1980
Campeonato Carioca: 1978, 1979 e 1979 (especial)
Taça Guanabara: 1978, 1979 e 1980
Troféu Ramón de Carranza: 1979 e 1980
Troféu Cidade de Palma de Mallorca: 1978
Troféu Cidade de Santander: 1980
Troféu Perugia: 1980
Taça Geraldo Cleofas Dias Alves: 1976
Momentos Marcantes
Coutinho teve um papel decisivo na formação do Flamengo que viria a dominar o futebol brasileiro e conquistar o mundo. A mentalidade de “europeização” do futebol brasileiro foi uma de suas maiores marcas, ao introduzir conceitos táticos como o “overlapping” e o “ponto futuro”. No Flamengo, ele trabalhou com uma geração de craques, incluindo Zico, Leandro, Júnior e Carpeggiani, preparando o time que alcançaria a glória no Mundial de Clubes em 1981. O título brasileiro de 1980 e os tricampeonatos cariocas foram marcos dessa fase dourada.
Além disso, sua atuação como treinador da Seleção Brasileira na Copa de 1978, embora controversa, rendeu ao Brasil o título simbólico de “campeão moral”, já que o time terminou invicto a competição, algo que Coutinho sempre destacou com orgulho.
Legado
Cláudio Coutinho deixou um legado profundo no futebol brasileiro e, especialmente, no Flamengo. Reconhecido por sua mente inovadora e pelo foco em ciência e preparo físico, ele foi um dos primeiros a aplicar conceitos europeus no futebol brasileiro, que até então era mais voltado à improvisação e ao talento individual. Ele introduziu o famoso conceito de “ponto futuro”, uma ideia que enfatizava a movimentação inteligente dos jogadores e o passe antecipado, algo que impactou profundamente o estilo de jogo do Flamengo na época.
Coutinho foi um pioneiro ao mesclar a disciplina tática e física com o talento natural dos jogadores brasileiros. Ele também era conhecido pela sua capacidade de análise detalhada do jogo, utilizando dados e métodos científicos para melhorar o rendimento da equipe, algo que foi incorporado no desenvolvimento do Flamengo que viria a conquistar o mundo. Sua visão estratégica, aliada ao comando de grandes jogadores como Zico, Júnior e Leandro, estabeleceu uma base que permitiu ao Flamengo ser dominante no Brasil e no cenário internacional nos anos seguintes.
Embora sua passagem pelo Flamengo tenha terminado antes do maior triunfo do clube — o título mundial em 1981 —, muitos reconhecem que foi o trabalho de Coutinho que estruturou a equipe vencedora. Além disso, sua abordagem científica e disciplinada influenciou gerações posteriores de treinadores e preparadores físicos no Brasil.
No cenário internacional, Coutinho também deixou sua marca. Ao comandar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1978, ele ajudou a consolidar uma reputação de “campeão moral” para a equipe, que terminou o torneio de forma invicta. Mesmo não conquistando o título, sua contribuição para o futebol foi inestimável, e ele continua sendo lembrado como um dos grandes nomes do esporte, especialmente no que diz respeito à modernização do futebol brasileiro.
Morte
Cláudio Coutinho faleceu tragicamente em 27 de novembro de 1981, enquanto praticava mergulho nas Ilhas Cagarras, próximas à Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Capitão do Exército e experiente mergulhador, sua morte precoce aos 42 anos chocou o mundo do futebol.