Ex-lateral e agora treinador, Filipe Luís, de 39 anos, conquistou seu primeiro título como técnico do Flamengo com apenas nove jogos à frente do time. Prometendo dedicação máxima até o final do Campeonato Brasileiro, ele declarou: “Esforço é algo que não negocio.”
Com apenas nove jogos no comando, Filipe Luís levou o Flamengo ao título da Copa do Brasil pela quinta vez, após duas vitórias sobre o Atlético-MG, sendo a última por 1 a 0, com gol de Plata, na Arena MRV, em Belo Horizonte. Após o título, ele agradeceu a Tite, que o deixou na semifinal da competição antes de sua saída, e emocionou ao lembrar dos Garotos do Ninho, vítimas do incêndio de 2019. “Tenho uma conexão forte com eles, mesmo sem ter estado aqui na época,” disse o treinador, fazendo referência ao memorial no CT do clube.
Agradecendo a confiança da diretoria, Filipe Luís afirmou estar no comando de um “elenco extraordinário, capaz de enfrentar até grandes equipes europeias”. Ele destacou a união do grupo e a qualidade dos jogadores, ressaltando que “a verdadeira força de um time campeão vem de um elenco qualificado e sem vaidade”.
O Flamengo agora possui cinco títulos da Copa do Brasil (1990, 2006, 2013, 2022 e 2024), igualando-se ao Grêmio na lista dos maiores vencedores da competição, atrás apenas do Cruzeiro, com seis conquistas. Refletindo sobre sua trajetória de apenas nove jogos até o título, Filipe Luís reconheceu o trabalho de Tite e enfatizou o valor das vitórias difíceis sobre adversários como Palmeiras e Corinthians. “Cada jogo foi uma etapa fundamental para esse troféu tão importante,” comentou ele.
Esforço pessoal e valorização dos jogadores
Filipe Luís reconheceu o mérito de sua equipe ao superar adversários de peso, como Corinthians e Atlético-MG, ressaltando que “essas vitórias foram obtidas com esforço e dedicação” e celebrando a sinergia entre ele e seus jogadores.
Objetivos na carreira
O treinador também falou sobre seu foco em crescer na carreira: “Sei onde quero chegar e o quanto preciso me dedicar para isso. O caminho é árduo, mas é o que escolhi,” destacou ele, lembrando o apoio dos jogadores e da equipe técnica.
Tática e postura contra o Atlético-MG
O treinador elogiou a estratégia de Diego Milito, técnico adversário, explicando as dificuldades que o esquema de jogo do Atlético trouxe ao Flamengo. Filipe admitiu que sua equipe enfrentou desafios para conter as saídas de bola do Atlético, especialmente com o esquema 3-5-2 utilizado pelo oponente.
Homenagem a Gabigol e legado de David Luiz
Filipe expressou gratidão a Gabigol, destacando o jogador como “uma lenda do clube” e reconhecendo sua importância nas recentes conquistas. Sobre David Luiz, enalteceu a liderança e contribuição do zagueiro, tanto em campo quanto no banco, ressaltando seu apoio essencial à equipe.
Preparação para o Brasileirão
Filipe Luís prometeu foco total na reta final do Campeonato Brasileiro, reafirmando sua dedicação ao time e agradecendo o apoio da torcida. “O título nos motivou ainda mais, e a caminhada continua,” concluiu o treinador.
Mensagem de Diego Simeone
– A primeira mensagem que eu respondi (depois do título) foi do Simeone. Foi muito especial para mim porque ele foi o cara que me fez ter esse sonho. Me despertou esse interesse em ser treinador porque ele, como eu já falei, em muitas outras entrevistas, mudou minha vida. Mas, sobre a repercussão internacional e nacional, repito o que eu falei na outra coletiva. Eu amo a pressão. Eu me sinto bem em pressão. É incômodo, você não dorme direito, mas eu gosto. Eu fico incomodado quando eu não tenho essa pressão. Vai ser só títulos? Claro que não. Claro que a gente não vai ganhar sempre. A gente vai perder. Eu vou estar aqui nessa coletiva triste, abatido e enfrentando perguntas duras e críticas de vocês para o meu trabalho. Mas é o caminho que eu escolhi e eu estou preparado pra isso. Eu quero isso. Continuar tentando ter esses elogios, essa repercussão, eu tenho que continuar trabalhando e meu próximo objetivo agora é ganhar quarta-feira, então não tem outro caminho se não trabalho, trabalho, ganhar, ganhar, ganhar e é o único jeito, então é isso.
Imaginava que início seria dessa maneira?
– Para ser sincero, sim. Porque quando eu aceitei vir para o Flamengo, foi porque me ofereceram a oportunidade de ganhar títulos. Se o Flamengo não me desse essa oportunidade de conquistar títulos, por mais que eu seja flamenguista, eu com certeza não teria vindo. Eles me deram essa possibilidade: um elenco altamente qualificado, com possibilidades de lutar por título todos os anos. Eu fiz parte desse processo, da reconstrução do clube, dessa conquista. E agora como técnico foi também porque o clube, o Bruno (Spindel, diretor) e o Braz (vice de futebol) quando foram lá para Madri, a gente apertou a mão e eles falaram: “A gente vai te ajudar nesse sonho, que é ser técnico”. Eles me ajudaram, abriram as portas do clube da base, do sub-17, do sub-20. Não tiveram dúvidas em me chamar para o profissional. Mas como falei antes, ficou para trás. Agora quero mais, vamos para o próximo.